Depois de nove meses em cartaz no Rio de Janeiro, chega a São Paulo nesta sexta o espetáculo “Conversando com Mamãe ”, protagonizado por Herson Capri e Beatriz Segall, no Teatro Folha. Escrita pelo dramaturgo e diretor argentino Santiago Carlos Oves, a peça tem tradução de Pedro Freire, filho de Capri, e direção precisa de Susana Garcia, sua mulher.
Um projeto familiar, não há dúvida. Em 2008, a diretora Susana assistiu ao filme homônimo de Oves acreditou que ali havia uma uma história perfeita para o palco. “Ela foi atrás dos direitos da obra e o próprio autor contou que já havia uma versão teatral do texto, do dramaturgo espanhol Jordí Galcerán”, relembra Capri. Na época esta adaptação estava em cartaz em Paris. “Então Susana comprou os direitos e começou a batalhar para montarmos no Brasil. E ela realmente tinha razão. “Conversando com Mamãe” é uma obra magnífica, emocionante”. O cenário é de Marcos Flaksman, os figurinos de Kalma Murtinho, a iluminação de Paulo César Medeiros e a música foi composta especialmente para o espetáculo, por Alexandre Elias.
Capri interpreta um executivo de sucesso que, com a crise econômica, fica desempregado e sem recursos. Ele vê como única saída a venda do apartamento onde mora sua mãe. Essa simples possibilidade desencadeia inúmeras questões da vida de Jaime. “É um homem em crise junto com a crise que atormenta todo o mundo”, analisa o ator. “Mas é a partir deste desespero que ele tem um reencontro emocionante com sua mãe”.
Jaime, seu personagem, não lembra nem de longe o canalha Cortez interpretado por Capri em “Insensato Coração”. Mas durante os nove meses da temporada carioca o ator teve que se dividir entre os personagens antagônicos. “Foi gostoso, pois pude mostrar duas facetas ao mesmo tempo: um vilão safado canalha e um filho num momento desesperado, que se aproxima de sua mãe que percebe que é muito mais moderna e arejada do que ele. Uma redescoberta de um homem já maduro, aos 50 anos”.
“A peça é um espetáculo muito bem dirigido, e Herson um ator magnífico”, elogia a companheira de cena Beatriz Segall, uma das grandes damas do nosso teatro. “É um espetáculo muito bem feito e temos uma empatia muito grande com o púbico porque é uma trama muito simples que vai se revelando uma história emocionante, com um final lindo.” Para Capri não há escapatória para o público. “Todo mundo se identifica com a peça porque todo mundo é filho de alguém e toda mulher é uma mãe em potencial, para dizer o mínimo”.
A dupla acredita que a peça deve repetir o sucesso carioca. “Arrisco em dizer que é uma montagem mais para São Paulo do que para o Rio de Janeiro. Aqui as relações afetivas são mais sólidas e levadas mais a sério”, elogia. “Nós, paulistas, temos orgulho em dizer que Temos que os grandes textos fazem melhor carreira aqui. Eu acredito que com 'Conversando com Mamãe' isso deva acontecer”, finaliza Beatriz Segall.
Conversando com Mamãe. Texto: Santiago Carlos Oves. Versão teatral: Jordi Galceran. Tradução: Pedro Freire. Direção: Susana Garcia. Elenco: Beatriz Segall e Herson Capri. Figurino: Kalma Murtinho. Cenário: Marcos Flaksman. Iluminação: Paulo César Medeiros. Trilha Sonora Original: Alexandre Elias. Fotos: Paula Kossatz. Realização: Chaim Produções e Capri Produções
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