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Foto do escritorTeatro Folha

Cada Qual no Seu Barril

O espetáculo Cada Qual no Seu Barril, da Cia. da Revista, reestreia dia 5 de novembro no Teatro Folha. Com direção de Kleber Montanheiro, a peça leva ao palco uma montagem lúdica livremente inspirada em livro de Ruth Rocha, com proposta de teatro físico em performances precisas das atrizes Bruna Longo e Daniela Flor. O espetáculo tem seis indicações ao Prêmio Femsa, entre elas de Melhor Espetáculo. Baseado no livro Dois Idiotas Sentados Cada Qual no Seu Barril, a peça traz a história de dois náufragos que são obrigados a conviver em uma ilha deserta. A relação entre os dois se torna cada vez mais difícil até virar uma guerra. Como em desenhos animados – tal qual Tom e Jerry e Coiote e Papaléguas -, a Cia. da Revista traz ao palco um divertido espetáculo, sem que os personagens troquem uma palavra sequer, numa disputa acirrada que nunca termina. O espetáculo nasceu do desejo das duas atrizes da Cia da Revista de montar um espetáculo para crianças utilizando o teatro físico como linguagem, área que estudam há bastante tempo. Elas convidaram Kleber Montanheiro, diretor do grupo, para dirigi-las, que logo aceitou o novo trabalho.

Os artistas encontraram no livro de Ruth Rocha um bom material para utilizarem como fio condutor do enredo, que foi adaptado para possibilitar diversos artifícios visuais. Kleber Montanheiro explica que o trabalho foi desenvolvido de forma que as crianças reconhecessem elementos presentes em seu cotidiano representados por ícones visuais, onomatopéias e situações comuns presentes em HQs e desenhos animados. “São cenas típicas que as crianças conhecem da televisão, do vídeo-game, do cinema e dos quadrinhos, que transpusemos ao palco por meio de trabalho de corpo das atrizes, cenários e figurinos que falam sozinhos, só pelo visual da história, sem diálogos”, conta o diretor. O resultado rendeu indicações ao prêmio Femsa nas categorias Cenografia, Figurino, Trilha Sonora, Melhor Atriz (Bruna Longo), Melhor Espetáculo Infantil e a Categoria Especial pela adaptação da linguagem de desenho animado para o teatro e melhor espetáculo. A ótica cartunesca permite ao grupo abordar temas como violência e intolerância de forma leve, e, simultaneamente, traduzir o incômodo com a situação de conflito. “Utilizamos tons de marrom, para dar a sensação de um ambiente árido, incômodo, para situar uma briga que não termina nunca, nem mesmo quando eles se explodem – porque usamos a lógica do desenho, onde ninguém morre. A briga só acabará se eles mudarem de postura, o que deixa uma mensagem implícita para as crianças num tom de brincadeira”, conclui Kleber.

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