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Foto do escritorTeatro Folha

Eu Te Amo

Desiludidos, cada qual com a sua história, um homem e uma mulher decidem que não querem mais amar ninguém. Nem sempre, porém, o coração obedece a tais ditames. E, sem aviso, o destino virá bagunçar o que parecia tão certo, tão sensato. O mote valeu a Arnaldo Jabor um dos mais bem-sucedidos filmes de sua trajetória: "Eu Te Amo" (1981). E agora, passados mais de 30 anos, retorna no formato de espetáculo teatral. Protagonizada por Alexandre Borges e Juliana Martins, a peça abre hoje sua temporada paulistana.

Foi a atriz quem idealizou o projeto. Em busca de uma personagem feminina que a liberasse um pouco dos contornos infantilizados que costuma exibir na televisão, Juliana vasculhou peças, livros e filmes. Acabou se decidindo pela película de Jabor. "Era hora de mostrar um outro lado", diz ela, que ocupa o papel que já foi de Sônia Braga.

Não é a primeira vez que o argumento de "Eu Te Amo" é transposto para o palco. Em 1987, o próprio Jabor assinou uma montagem. No princípio da abertura democrática, quando o cinema amargava a crise que se aprofundaria com a extinção da Embrafilme, ele abraçou momentaneamente o teatro. À época, coube a Paulo José e Bruna Lombardi interpretar os amantes.

Na atual versão, a estrutura não sofreu alterações substanciais. Apenas um "aggiornamento", que desse à trama um colorido atual. "A essência continua a mesma. Foi só uma contextualização para os dias de hoje", comenta Juliana. Para Alexandre Borges, "a estrutura do roteiro já era muito teatral. É um traço característico do Jabor".


Os personagens Paulo e Maria, que antes se conheciam na rua, agora se esbarram na internet. Além disso, o deslumbre da década de 1980 com as novas tecnologias - o que poderia soar um tanto naif visto agora - é abandonado. Saem os televisores que compunham o cenário. Entram algumas projeções que sublinham o vínculo entre a obra e sua matriz cinematográfica.

Essa relação com a tela grande também se evidencia na escolha dos diretores. Os cineastas Lírio Ferreira ("O Homem Que Engarrafava Nuvens") e Rosane Svartman ("Desenrola") debutam como encenadores.


"Como Jabor nos deu total liberdade para mexer no texto, também ressaltamos a relação do personagem com o cinema", observa Rosane. O empresário que Paulo César Pereio vivia no longa de 1981 tornou-se agora um cineasta em crise. Sua casa - local onde se passam todas as ações - cedeu espaço a uma produtora falida.

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