O que pode acontecer quando um respeitável pai de família, por puro fetiche, leva para casa uma amante absolutamente inusitada? Ou quando, pior ainda, um ladrão aparece na hora errada e a ambos prende no banheiro da residência?
E se, para completar a confusão, no desenrolar da história descobre-se que a amante é nada menos do que uma parente bastante próxima da mulher traída, um parente a quem ela sempre escondeu do marido justamente pelo inusitado do seu jeito de ser?
Hilariante e cheia de suspense, a surpreendente e movimentada comédia apresenta uma sequência de cenas onde, quanto mais parece que tudo vai se resolver, mais tudo se complica.
Essa montagem agrega movimento e qualidade ao campo da comédia dramatúrgica nacional. Alexandre Reinecke acredita que “é uma comédia nacional de autor (na linha de Marcos Caruso, Jandira Martini, Juca de Oliveira) que vem se perdendo num momento em que os comediantes andam escrevendo seus próprios textos”. Trata-se de um espetáculo ágil, dinâmico e surpreendente, que se propõe àquilo que sempre deve nortear a verdadeira comédia: incentivar a reflexão através do riso.
Com dinâmica ágil e surpreendente a cada cena, a peça é uma autêntica ode ao humor que ao mesmo tempo em que leva o expectador a desmanchar-se em gargalhadas, certamente o faz também refletir sobre muitos valores sociais e morais que estão presentes na arte diária de convivência humana.
Por ser uma comédia de grande apelo popular, “A Banheira” apresenta imediata sintonia do público com a sua trama. A sua linguagem coloquial não apenas favorece o ingresso da magia do teatro em todas as classes sociais, mas também derruba qualquer preconceito de que a simplicidade não pode conviver com a qualidade. Com dinamismo e humor situacional, o texto é capaz de cativar todos os gostos e de colaborar de modo significativo para a inserção do universo teatral em nossa sociedade como um todo.
O texto tem uma construção dramatúrgica dos grandes clássicos do Vaudeville e a direção destaca esse gênero com uma marcação farsesca, muitas vezes coreografada e melodramática, dando brilho e extrema teatralidade ao espetáculo, fugindo do realismo e reforçando o trabalho dos atores.
Como bem disse o grande ator e diretor Elias Andreato, “a comédia é um jeito inteligente de ver o mundo”. Mais do que isso, satirizar a nossa própria história é, sem dúvida, o modo mais sadio e reconfortante de lidarmos com a complexidade de nossas contradições e com o desgaste de um cotidiano tantas vezes absurdo e desprovido de qualquer sentido.
FICHA TÉCNICA
Texto: Gugu Keller
Direção: Alexandre Reinecke
Elenco: Anderson Müller, Wilson de Santos, Carol Mariottini, Romis Ferreira, Sara Freitas e Mauro Felix
Cenário: Mira Andrade
Figurinos: Paula Sabbatini
Luz: Darihel Sousa
Som: Fábio del Mazza
Design gráfico: Victor de Castro Garcia
Fotos: Priscila Prade
Assistente de direção: Dani Mustacfi
Produção executiva: Orlando Vieira
Produção e assessoria: Kall Rodrigues
Colaboração: Cynthia Azevedo
Direção de produção: Maria Valéria Keller
Realização: Marias Produções
Duração: 75 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
SERVIÇO – “A BANHEIRA”
Local: Teatro Folha
Estreia: 1º de maio
Temporada: 28 de junho
Apresentações: sexta-feira, 21h30; sábado, 20h e 22h; domingo, 20h
Ingresso: R$ 50 (seto 2) e R$ 60 (setor 1), ás sextas-feiras; R$ 50 (setor 2) e R$ 70 (setor 1), aos sábados e domingos
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